sexta-feira, 10 de abril de 2009

Escolheria o amor várias vezes

"É complicado distinguir entre desejo e amor. Embora as fronteiras entre uma necessidade e a outra se sobreponham, um sentimento não têm nada a ver com o outro. A relação de dependência não serve para amar. O amor é algo mais incondicional, que não responde a qualquer acto concreto de gratificação ou de bem estar. Ama-se porque se ama, sem se pensar no que se pode receber em troca; É um sentimento que se pode converter numa dependência, num acto compulsivo e, quando isto ocorre, a pessoa não sabe como se salvar, como se desintoxicar. Objectivamente não há nada que a una ao ser amado e, contudo, a pulsão continua latente. Só com a morte do outro é possivel experimentar um verdadeiro luto. Para além disso, para mal do paciente, este homem ou mulher amado surge muitas vezes como protagonista nos sonhos, ou melhor pesadelos, ou na insónia, em forma de evocação, transformando a vida do sujeito que ama numa verdadeira «via crucis». Cada conflito na minha vida poderia ter sido matéria de um romance; acabaram todos muito mal. Esperei sempre a paixão eterna, mas nunca fui feliz."

Isadora Duncan (1878-1927)


Ateia, socialista, bissexual e revolucionária. Isadora com a precoce idade de cinco anos, já manisfestava que queria ser bailarina. E assim foi. Lançou as bases daquilo que em breve se passaria a chamar dança moderna e contemporânea. Usando esta como expressão máxima de liberdade. Liberdade que procurou ao longo da sua existência, procurando colocar as mulheres no lugar que lhes correspondia, algo que, num mundo dominado por homens, se tornou extremamente difícil. Conheceu, entre outras, as obras de Walt Whitman, Jonh Keats ou Friedrich Nietzsche.

Manteve-se virgem até aos vinte e cinco anos, mas rapidamente recuperou o tempo perdido. A primeira vez que teve relações sexuais foi com um actor que representava uma obra de Shakespear. Na noite seguinte, quando chegou a vez de a diva actuar, coxeava devido aos arrebatamentos do seu magiar..
Mais tarde apaixonou-se por Gordon Craig, um cenógrafo. Com este já não se limitou a uma só noite, já que a orgia se prolongou durante uma semana. Consta que o agente de Isadora a procurou por todas as esquadras e hospitais da cidade, sem a encontrar. Por isso teve que suspender a sua suspensão, argumentando uma amigdalite da estrela.

A lista de amantes de Isadora foi infindável, mas ao que ela própria escreveu, nunca foi uma mulher feliz no amor, confundido afecto com desejo.

Quando lhe perguntaram o que mais tinha amado, ela respondeu que era o amor. «E se tivesse de escolher várias vezes?» Isadora respondeu: «Escolheria o amor várias vezes.»

10 comentários:

Precis Almana disse...

Prémio para ti no meu canto. Ainda bem que estás a bombar, nunca mais cá tinha vindo depois de andares em baixo...

Storyteller disse...

Até eu, que ando para aqui aos caídos com um coração partido escolheria vezes sem conta o amor. Ó se escolheria!

S* disse...

Tambem eu. Nada ha de mais importante.

Susana disse...

É o amor que normalmente nos dá as maiores tristezas, mas também as maiores alegrias na vida...
Por isso mesmo, eu também escolho o amor várias vezes.. =)

Café curto e Copo de Água disse...

O amor escolhemos várias vezes,
quando começam, são todos eternos,
são todos para sempre,
são um vício,
são um vício que custa a largar depois de partido
e é um vício que depois custa cada vez mais a retomar, com medo de o partirmos de novo..

beijinhos!!
@tens um desafio à tua espera no meu blog.

Boa Páscoa.

Aquela que posso ser. disse...

Podia ser eu...

:)

Já agora convido-te a descobrires-me;)


boa páscoa

Fenix disse...

Eu também escolheria o amor, sem qualquer dúvida.
Desejo-te uma Boa Páscoa.
Cheia de saúde, amor e sorrisos.

São

Trago uma pequena lembrança...
<img src="http://docs.google.com/File?id=dc6xjkpj_62529bpsvxhp_b">

mar disse...

...talvez não devesse ter esperado tanto tempo para perder a virgindade...a Isadora, não eu, claro...

linda, linda foto

Gilberto Grão de Areia disse...

Não conhecia esta senhora.
Gostei.
E nem de propósito rondei muito do que aqui se fala há pouco num post.

Ele há coisas...

;)

Alexandra disse...

Tinha que ter queda para a dança... :-)

Engraçado, a definição está muito próxima do que tentei explicar há algum tempo, "a pessoa não sabe como se salvar".

Beijinho