sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Haverá algo mais deprimente?

Este fim de semana vou a Lisboa a uma festa de anos.
Estou a ficar um bocado farto de fingir que fico muito excitado sempre que alguém faz anos. A sério, o que é que isso tem de especial? Uma pessoa nasceu, ok, ficamos contentes, mas quantas vezes temos de festejar o facto de uma pessoa ter nascido? Todos os anos, todas as pessoas?? Afinal, a única coisa que fizemos foi passar doze meses sem morrer. Isso tem alguma coisa de especial? E acho que ninguém (adulto) gosta que lhe cantem os parabéns. Parabéns porque?? Só se for por ter sobrevivido mais doze meses sem ter sido atropelado ou vitima de um acidente de viação. Ou por ter escapado a alguma doença infecciosa começada pela letra H ou N. Ou por ter escapado mentalmente ileso a três eleiçoes e a mais um fracasso amoroso da Elsa Raposo.

E depois o frete das prendas que ninguém gosta.
- Gostas mesmo?É giro não é?
- gosto..
- Quero ter a certeza de que gostas.
- Adoro.
- Eu achei que ias gostar.
- E achaste bem, é perfeito.
- É que se não gostares, podes ir à loja e trocar por outra coisa. (é tudo mentira, ninguém tem coragem de ir á loja trocar aquelas meias horriveis com renas em posições embaraçosas)

e quem é que precisa de um pisa papéis??Será que a minha familia e amigos, pensam que trabalho numa banca de jornais, ou tenho um escritório no meio do jardim do prédio?
De onde vem o vento????

e as velas?
Nada mais deprimente que ver o bolo de aniversário só com duas velas... É como se nos dissessem: Estás a ficar velho, são só duas vê lá se as consegues apagar.
É tão deprimente que já me vejo velho, com as pessoas por trás a baterem palminhas e a dizerem Força!Força! e a ajudarem a soprar as velas enquanto nós pensamos: Eh pá, consegui apagar estas velas todas e estou só a inalar! Estou em boa forma. Vou viver muito mais anos.

Com sorte ainda adormeço no comboio e vou parar a Viana

...

Os sábios antigos dizem que toda a dor de uma vida humana é provocada pelas palavras, tal como toda a alegria. Apesar de saber que para onde quer que vá, as palavras vão comigo, decidi passar uns dias numa ilha deserta. Precisava de parar de falar por um tempo. Tentar distituir o poder das palavras. Parar de me entupir de palavras. Libertar-me das palavras.

E é tremendo o som que as palavras fazem, quando estamos em silêncio. Como se ecoassem do fundo de uma piscina enorme vazia. Mas é assim que as palavras veem ao de cima. E é aterrador. Sentia-me um drogado em tratamento. Mas sabia que tinha que o fazer e que tinha que o fazer sozinho.

Entretanto não estava completamente sozinho. Havia um miúdo. Parecido com aqueles miúdos brigões de rua.
- Porque razão nunca falas? Porque estas aqui e não vais nadar? Porque és assim tão estranho? Não finjas que não me consegues ouvir, eu sei que me ouves. E porque estás sempre sozinho? Onde está a tua namorada? Onde está a tua mulher? O que há de errado contigo?

Eu não abria a boca, mas o meu rosto dizia:
- Vai te embora, miúdo!! Mas que raio és tu? Uma trancrição dos meus pensamentos mais perversos?

Todos os dias tentava sorri-lhe gentilmente e afastá-lo, mas ele não desistia até me conseguir irritar. Até que não me contive e gritei:
- Não falo porque quero estar em silêncio, sua pestinha!!!

Ele fugia a rir. Todos os dias, de pois de me fazer responder, acabava sempre por fugir a rir, o pestinha... E normalmente, também eu acabava a rir, assim que ele desaparecia da minha vista.
Santo António escreveu uma vez sobre ter ido para o deserto em retiro silencioso e de ter sido assaltado por todo o tipo de visões - tanto diabos como anjos. Ele disse que ás vezes, na sua solidão, encontrava anjos que pareciam diabos, e diabos que pareciam anjos. Quando lhe perguntaram como é que ele conseguia ver a diferença, o santo disse que só se pode dizer quem é quem pela forma como nos sentimos depois da criatura ter saido da nossa presença. Se ficarmos aterrados, foi um diabo que nos visitou. Se nos sentirmos bem, foi um anjo.

Creio que sei quem era aquele miúdo..

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

De onde é que isto vem?

Não sei se seria a imensidão do mar, ou as palavras do António, mas senti-me pequenino. E apesar daqueles dois monstros perto de mim, mostros, mas em grandeza, senti-me só. É a pior parte do amor. Porque se nele nos perdemos, voltar a encontrarmo-nos sem ele, não é fácil. E é tão difícil calar as palavras. Já só queria calar as palavras, e isso não é fácil. Só o consegui algumas vezes e nunca foi sozinho.

E depois criamos palavras para tentar definirmo-nos a nós e à nossa experiência. Mas as palavras nunca vem livres de sentimentos. E somos totalmente seduzidos pelas nossas próprias palavras.... e traidos, e traimos e magoamos. Mais pelas palavras que não dizemos. Porque não estamos atentos. E principalmente porque não estamos atentos ás diferenças que nos separam.

E como colocar em palavras sentimentos que por definição são anteriores ás palavras? Como transmitir o que somos realmente? De onde é que isto vem, de que abismo, de que profundidade nossa? E se as palavras que não dizemos, magoam, as palavras erradas provocam mal entendidos. E não se pode ser feliz se houver mal entendidos entre nós e a vida.

Já só queria calar as palavras

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A primeira vez

Eu - Então? Como é que foi no sábado? Conta lá, vá.
T.(18 anos) - Opá..foi..Expectacular!! Do melhor!!
Eu -..sim?
T. - Do melhor mesmo!Foi sempre a bombar!!Foi...
Eu - ..foi?
T. - ...sim...foi... ela passou-se!!!Foi... Foi do melhor!
Eu - ..humm.. do melhor..(sorriso irónico)
T. - Opá, sim!Foi muita bom mesmo! Foi...ao princípio estava nervoso, mas depois...
Eu - depois.......?
T. - depois...opá...(olhos no chão, completamente embaraçado)
Eu - ahahahaha, não tenhas vergonha, na primeira vez é normal. Acontece a todos.
T. - Também te aconteceu?
Eu - Por acaso na primeira vez, até nem me correu mal, mas sim, já me aconteceu.
T. - já?
Eu - Sim. Quando gostamos muito de uma pessoa. Quando gostamos mesmo mesmo muito, é normal sentirmos ansiedade e medo de não correspondermos ás expectativas. E essa ansiedade é terrivel. E quanto mais ansiosos ficamos, pior...
T. - Pois...estava super nervoso...
Eu - tens que descontrair. Saborear o momento, e não pensar que tens que "concretizar" um objectivo.
T. - mas na altura, bloqueio...
Eu - porque vais com um objectivo. Gostas dela?
T. - gosto.
Eu - então não faças sexo, faz amor.
T. - tão, mas não é a mesma coisa?
Eu - Não. Não tem nada a ver. Sexo é mecânico. São só dois corpos a mexer. Sexo é como seguires um mapa. Viras aqui, cortas ali. Páras arrancas. Fazer amor é totalmente diferente. É fruir, deixar acontecer. É como explorares algo descoberto pela primeira vez. É ser violento sem deixar de ser delicado. É olha-la nos olhos e fazer amor com o mais íntimo dela.
T. - como assim?
Eu - Com a sua maneira de ser. Com a sua personalidade. É fazer amor com o sorriso tímido dela. Com os gestos das mãos dela. Com o rosto com que ela fica zangada contigo, quando não lhe prestas atenção. É fazer amor com a vaidade dela. Com a maneira única como te olha quando te vê. É fazer amor com a sua frustação de um dia para esquecer. É fazer amor com o jeitinho frágil dela. Com o que ela é para além do que vês...
T. - mas é que na altura não consigo pensar em nada e...
Eu - mas é isso mesmo. Não se pensa em nada. Esqueces-te de ti. Perdes-te para te lá voltares a encontrar. Dás-te e pronto. Sem medos. Como se lhe entregasses a tua própria alma. No fundo é isso, dás uma parte de ti para teres espaço para receberes uma parte dela.
(silêncio)
T. - hummm.....olha, queres ires jogar PES2009?
Eu - naaa, vou acabar de ler um livro que me emprestaram.
T. - ok, fica bem. Tchau.
Eu - tchau


(acho que ele não percebeu nada...)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pois não

Saramago - Tudo isso é certo. Tomar Caim como personagem central de uma história não tem nada de gratuito. Esta é uma velha questão que tenho com a biblia. Porque é que Deus recusou o sacrificio de Caim? Esta pergunta não tem resposta.
Tolentino de Mendonça - As grandes experiências humanas são experiências de escolha. Porque ama a Pilar (mulher de Saramago) e não uma outra mulher?
Saramago - Eu cá sei!
Tolentino - Sabe, mas o amor é um lugar sem resposta, sem lógica.
Saramago - É absurdo que Deus tenha recusado o sacrifício de Caim. Não há exegeses ou leituras simbólicas que o justifiquem.
(excerto de um frente a frente entre Saramago e Tolentino de Mendonça, no jornal Expresso)

Eu - Pois não.

não é tremendamente irónico que um ateu ande sempre com Deus na cabeça? E mais irónico ainda, é que vai fartar-se de vender livros no natal (leia-se, nascimento de Cristo)...

domingo, 25 de outubro de 2009

A mulher da minha vida??

-Olá
-Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!Que susto!!! O que é que você faz aqui??
- errr..eu reparei em si a noite toda e... vem sempre aqui?
- Não, só quando tenho vontade fazer xixi! ´Quem o deixou entrar aqui??? Saia já daqui!
- Entrei sem ninguém ver... queria falar consigo..
- E não podia deixar-me fazer xixi primeiro??
- Sofro de ansiedade...era agora ou nunca...e não é sempre que se encontra a mulher da nossa vida.
- Mulher da vida de quem?
- Da minha vida.
- Que espécie de maluco é você?
- O homem da sua vida!
- Desculpe??
- Sou o homem que nasceu pra casar e ter filhos com você.
- Ahahahahaha!!Essa é a sua melhor frase de engate?
- É sério...vamos conversar.
- Quer fazer o favor de fechar essa porta? Eu ainda não acabei aqui....
- Desculpe. Um homem sabe quando avistou a mulher ideal. Geralmente ela é bonita, sexy, tem gostos refinados e inteligência suficiente para ignorar piadas fáceis. É fina, detesta vulgaridades.
- Será pedir muito que me deixe vomitar em paz?
- Mas não era xixi?....
- O que eu faço na casa de banho não é da sua conta..
- Mas eu importo-me consigo.
- Socorro, está um homem aqui dentro!!!
- Chiuuuuu, não grite, eu só quero saber o seu nome.
- Eu estou bêbada demais pra saber o meu nome.
- Também estou um pouco tonto, confesso. Viu como nós combinamos?
- Saia já daqui e feche a porta antes que eu lhe enfie este balde de lixo na cabeça.
- Algumas pessoas passam a vida toda à procura de um amor perfeito. Alguém que te complete e ajude no que for preciso, faça companhia em todos os momentos
- Oh sorte a minha! Só me aparecem maluquinhos....vou vomitar..
- Sente-se melhor?
- Não acredito que você me viu a vomitar...
- Foi a coisa mais bonita que eu já vi.
- Acorde, seu idiota. Eu vomitei um pão com chouriço pra fora.
- Eu também adoro pão com chouriço e...snif snif.. com tequila?
- Espirrou em você, seu porco.
- Eu não me importo. O seu vômito é o meu vômito.
- Mas o que eu fiz para merecer um maluco destes atrás de mim?
- Há coisas que só o destino pode explicar.
- Mas de que planeta é você??? Larga o me pé, chulé.
- Só você é que não percebeu que isso tudo não foi por acaso.
- Você seguiu-me. Eu pedi ajuda e ninguém o tirou daqui. Eu dou-lhe um banho de pão com chouriço e tequila e...
- O nosso primeiro encontro...
- Mas você está bem?? Nada disto é um encontro! Saia já da minha frente seu anormal!
- Não posso abandonar a mulher da minha vida.
- Mas que mulher da sua vida o que?!!? Deixe-me ver o que colocaram no seu whisky.
- Nós somos o casal ideal. Nascemos um para o outro. Sabe quais são as hipoteses disso acontecer? Uma em cada 150 milhões!
- Bem menores do que as hipoteses de eu lhe enfiar esta bota pelo seu rabo acima.
- Você não faria isso com o seu futuro marido...
- Oiça bem... Primeiro: eu já tenho namorado. Segundo: você não faz o meu tipo.Terceiro: isto é a casa de banho das senhoras e você não pode estar aqui...
-O segredo da relação perfeita está na identificação da sua alma gêmea. Geralmente ela é loira, alta e tem um piercing no nariz. Pode também não ser nada disso. Não importa. O grande lance é perceber se essa alma combina com a sua, tem gostos iguais, beijo bem e, de preferência, um cabelo sem gel. Quer apostar que nós nascemos um pro outro?
- Ridículo... vou ficar com peso na consciência.
- Por que não tenta? Diga uma cor.
- Preto.
- A ausência de todas as cores... A minha preferida também.
- Que parvoice...
- Um filme.
- "Judas a cagar no deserto e a limpar o cu a um tojo".
- O mesmo que o meu... Quer prova mais definitiva?
- Mas esse filme nem existe!!!Existe?...Mas que conversa mais parva... eu não fui com a sua cara, deixe-me.
- Última chance. Diga uma música.
- Ai meu Deus, dai-me paciência... Uma música?...Qualquer uma do Tony.
- Tony? Tem a certeza?
- Absoluta.
- Então você tem razão... a minha mulher ideal não gosta de música pimba.
- A sério? E que som ela curte?
- Rock, alguma coisa de Jazz... dependendo do dia.
- E o que tem de mal o Tony?
- Nada, só não é mulher para mim. De qualquer forma, foi um prazer. Todo a gente erra. Quem nunca pensou ter encontrado o grande amor e depois descobriu que ele roncava, tinha caspa e não era muito chegado a banho no inverno? Se fosse fácil não teria graça. O importante é não desanimar, e não foi dessa vez, partir pra outra. Tente declamar seu poema preferido em praça pública e espere alguém completá-lo. Se ninguém se manifestar, saia correndo. Podem ter chamado a polícia.
- Espera.
- O que foi?
- Eu também gosto de rock....Xutos e tal... A minha mãe ouve Jazz o dia inteiro.Tecnicamente, se eu estou em casa, também oiço.
- Não sei.... Acho que foi um engano.
- Mas como é que podes saber?
- Olhando bem... você é mais alta do que eu imaginava. A mulher da minha vida tem 1, 60 de altura. Foi um prazer.
- Espera, eu estou de saltos. Olha ... fiquei mais baixa.
- Você não tem nada a ver comigo.
- Tenho sim.
- Que interesse repentino pela minha pessoa... Até um minuto atrás você queria que eu fosse embora.
- Também não sei o que me deu.
-E o seu namorado?
- Está na minha frente, com uma coisa esquisita na camisa...
- Que nojo... o que mais você comeu, hein?
- Pizza, antes de sair de casa.
- Eu não posso ser o seu namorado, você já tem um.
- Eu menti.
- Só para me afastar? Conseguiu. Tchau.
- Volta aqui, meu amor.
- Afaste-se de mim, sua louca!!!!
- Só saio daqui casada.
- Largue-me!Socorrooooooooo!!!!
- Achei o homem da minha vida !!!

Peça de Fernado Veríssimo (humildemente adaptada por mim)

sábado, 24 de outubro de 2009

Deviamos todos morrer um dia, antes da nossa morte

"As pessoas são como arco-íris, nós nunca nos entendemos nas sete cores. Se nos entendermos nas três ou quatro, já é muito bom"

"Tinha muito receio de dizer ás pessoas que gostava delas"

"Quando era médico, (...) passava pelos doentes como se não os visse."

"(...) eram a cama 13, 14 (...) as pessoas nem sequer tinham direito a ter um nome."

"(...) e o sofrimento passava-se a meu lado, sem que eu reparasse nele."

"Era demasiado novo para perceber o que havia de humanidade."

"O conhecer (pessoas) implica uma desilusão"

"As pessoas já sofrem tanto sozinhas, não precisam nada que as ajude."

António Lobo Antunes, na Grande Entrevista


mais que as palavras, o olhar. Impressionante

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Vagina, esse grande mistério


Assisti ontem aos Monólogos da vagina de Eve Ensler, encenada por Isabel Medina com a Guida Maria a São José Correia e a Ana Brito e Cunha. E confesso que fiquei desiludido. Esperava mais desta vagina (leia-se monólogo). Muito soft, muito comercial, muito decoro na línguagem. Uma peça que pretende chamar a atenção para assuntos como a ignorância (masculina e feminina) da sexualidade feminina, o flagelo da violação e castração do prazer feminino, entre outros, tem que ter mais impacto, mexer com quem assiste, deixar-nos em silêncio. Acho que o maior impacto que a peça teve, foi ouvir a São José Correia (que mulherão), gritar em pleno palco CONA, como quem larga uma bomba e o bruá do público foi instantâneo com muitas senhoras a virarem-se escandalizadas para o lado incrédulas a perguntar se ela disse mesmo C...!

Mas gostei da peça em si. Da actuacão das actrizes, da senhora que demorou uma hora a masturbar-se porque tinha artrite, da menina que tinha orgasmos em todo o lado e não sabia bem como e em especial da excelente simulação dos vários tipos de gemidos, primorosamente representados pela irreverente Guida Maria, que levou o público ao delírio. E só me resta imaginar qual será o número de mulheres que horas depois do espetáculo, estariam em casa em frente a um espelho a olharem lá para baixo...

Ah esse grande mistério que é a vagina
Mas se ainda não viram, vão ver. Vale a pena pela mensagem em si, pela boa disposição e pela excelente representação das três actrizes, num papel que acaba por ser o delas próprias como mulheres, mas que também não é fácil nesta sociedade machista.

E já há muito tempo que não tinha tantas mulheres à minha volta...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

se virem por ai um gajo com meias despernadas, sou eu

Depois do estranho caso das meias despernadas, passei a pente fino todas as meias solteiras que encontrei e pu-las a andar. Entretanto voltaram.. mas acho que eram as outras...

Ando sériamente a pensar em amputar um pé ou passar a andar só com chinelos daqueles que encaixam no meio dos dedos.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Vai uma laranjinha?Ou a vida é bela e o meu hobbie preferido é ir ás compras (Part II)

Odeio odeio odeio fazer compras! E vai um gajo só ali ao continente buscar arroz e como é homem e homem tem sentido prático, não precisa de levar cesto. Também é só arroz... mas é melhor levar já dois quilos...ah, mas já há pouca cerveja em casa.. é melhor levar um six-pack... olha, as laranjas em promoção! e uns suminhos de manhã sabem sempre bem... olha, o atum também está em promoção... ha! É melhor levar também polpa de tomate para o arroz... olha umas bolachinhas de chocolate... com jeitinho cabem aqui debaixo do braço... dasss, já me doem os dedos.. vamos lá acelerar que isto pesa.. que raio! Mas porque é que estão sempre tão poucas caixas abertas... e porque é que a minha fila não anda... o atum está quase a cair... oh minha sra despache-se... agora não sabe do cartão continente.. maldito markting que só estorva.. olha agora está à procura de de dois centimos na carteira para facilitar o troco... merda, não aguento mais... olha a gaja boa, mantem a postura, mantem a postura... mas óh meu sr, ponha lá as suas coisas no tapete c... mais um esforço... aaaaaaaaaaaaaaaahhh, consegui!!!espaço no tapete!! Aposto que estavam à espera que isto corresse mal e relatasse aqui como deixei cair um six-pack de cerveja, dois quilos de arroz, duas latas de atum, um quilo de laranjas, um frasco de polpa de tomate e um pacote de bolchas de chocolate, mas enganaram-se!!! Cesto?? Um homem prático não precisa dessas coisas, isso é para velhinhas e sra com unhas de gel. E lá vou eu sorridente com as minhas comprinhas no saco do continente (QUE É GRATIS!!!) mas eu só levei um, porque sou ecológico. Um homem prático e ecológico!!! Mas há coisas que um homem prático e ecológico por mais prático e ecológico que seja, não pode lutar. Não, não se pode fazer nada quando a merda do saco GRÀTIS rebenta com o six-pack derremado no tapete rolante de acesso ao parque de estacionamneto... o pior foi a polpa de tomate que mais parecia um derramamento de sangue... mas cómico foram as laranjas a rolar tapete abaixo para gozo de uns putos que vinham a subir... isso, riam-se à vontade que eu mereço!!! E para cumulo de humilhação, toma lá um saquinho da gentil sra do troco, que como prática que é trouxe sacos a mais e ainda me ajudou a apanhar as laranjas fugitivas...

gostaram??Querem mais?? Querem?.. mórbidos..

aqui há mais do mesmo...dasss

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Set them free...

Já olharam bem nos olhos de um cão? E sentiram a cauda a abanar doida como quem sorri desarmado ao ver uma pessoa querida? E quando, com tanto sítio confortável para se aninhar, escolhe precisamente os nossos pés? E quem nunca levou uma lambidela quando toldado pela tristeza se distrai e deixa cair a cabeça ao nível do nosso amigo?

E de um cão abandonado? Já olharam? Não. Porque além do olhar triste por ter perdido os donos, o cão atribui a si próprio a culpa de ter sido abandonado, e isso para quem tem escrupulos, é insuportável.

Tive um cão que não sabia nadar e tinha pavor de água, mas quando me via mergulhar no rio, confundia as minhas braçadas como um esbracejar de quem está aflito. E lá se atirava ele ás escuras águas do rio em meu auxílio, quase se afogando, numa demonstração de coragem que poucos exemplares da espécie humana conseguiriam imitar.

E há os cães que guiam cegos. Ajudam os pastores. Os policias. Detectam drogas, explosivos e pessoas soterradas. Ou simplesmente fazem companhia a quem já não tem mais ninguém.

Adoro e admiro profundamente estes seres que tem um verdadeiro amor incondicional pelos seus donos. Gosto de lhes olhar no fundo dos olhos para tentar imaginar-lhes os sentimentos. O que sente um cão quando encontra um moribundo soterrado debaixo de escombros? E um cão que vive com um idoso que é a sua única companhia? E um cão prisioneiro de uma corrente, que vê uma criança brincar com uma bola?

Tropecei AQUI e não pude deixar de ficar indiferente.


tenho tantas saudades do meu cão
"STOP...






...playing with my delirium"


roubado DAQUI

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Diz-me como me tocas e dir-te-ei que música sou

Há qualquer coisa de semelhante entre uma mulher e a música.
Para se ser um bom músico, tem que se aprender tudo sobre música. Depois aprender tudo o que há para aprender sobre o instrumento que se pretende tocar. Praticar muito e no fim, esquecer tudo o que se aprendeu.
Só então é que o músico começa a tocar verdadeira música.

sábado, 17 de outubro de 2009

Onde jazem todos os que amámos

Lembro-me de um chão de tacos de madeira. De uma cama de casal. De alguns brinquedos entre eles o Sport Goofy que o meu pai me trouxe dos Estados Unidos. Do calor vermelho-alaranjado da luz do por do sol, reflectida nos barcos que faziam a travessia Troia-Setúbal. As minhas primeiras memórias.

A memória é talvez a nossa melhor escola de vida. E por mais enganadora que seja, é sempre mais verdadeira do que qualquer verdade que temos como certa. E é também um cemitério abandonado, onde jazem todos os que amámos e deixámos de amar. Porque não posso negar o que vi, o que cheirei, o que senti, o que amei. Não me deixa negar que fui feliz. E nem com os olhos abertos te negas, a fazer-me voltar a sentir o calor da tua mão e a loucura da tua boca. Não, não me deixas negar que atravessámos ruas juntos de mãos dadas, e que parámos o tempo no movimento ávido dos nossos corpos.

- Esquece.
Diz ele.
Não. Enquanto me lembrar, estarei vivo, e vivendo, não deixarei morrer quem caminhou comigo, ao longo do caminho.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Quem tem medo do lobo mau? (Part II)



Se há homens sensíveis, então também há os outros, os insensíveis. Os que consomem mulheres sem nunca se apaixonarem por elas. Os que se divertem com o jogo da caça, e saem sempre ilesos (até certo ponto). Vão a todas, viciados no sucesso das suas conquistas. Ao contrário do homem sensível, para estes mais é melhor. O seu êxito mede-se pelas estatísticas e nunca pela qualidade das relações que estabelecem.

No entanto, e esta é só a minha opinião, as mulheres (não todas) têm a sua quota parte de responsabilidade na existencia destes homens . As mulheres falam mais do que ninguém nas relações. No antes, no depois, no durante. Conhecem melhor que ninguém o jogo todo. E têm (segundo dizem) um sexto sentido muito apurado nestas coisas. No entanto é como na fábula do Capuchinho Vermelho: porque vai a menina pela floresta, se foi previamente avisada que poderia ser atacada pelo Lobo Mau? Porque não vai pelo caminho aconselhado pela Avózinha?

E isto faz-me desconfiar tanto do Lobo Mau como do Capuchinho Vermelho. São as mulheres que gostam (ou não ) de sofrer que alimentam este tipo de homens. Porque o Respeito é como a Virgindade. Só se perde uma vez. Uma mulher pode deixar-se enganar uma vez pelo mesmo homem alegando ingenuidade, mas ao cair à segunda ou à terceira, já não está a ser ingénua, está a brincar ao Capuchinho Vermelho e a pôr-se a jeito.
...
(E nem vale a pena chamar os Caçadores, que são uns brutos! Coitadinho do Lobo Mau...)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Exclusivo! Nova entrevista com o Cusco!


Para quem não conhece, o Cusco é um buda com 200 anos que reencarnou num ouriço caxeiro.
É raro aparecer, por isso estas entrevistas são uma sorte, pois poderemos aprender sempre um pouco mais da vida com a sabedoria deste grande mestre.

Eu- Grande Cusco, na nossa sociedade moderna cada vez temos mais divórcios e menos casamentos. O que vai mal no casamento?
Cusco- Ora, é muito simples. As pessoas antes de se casarem, deviam-se conhecer primeiro. E só se conhece uma pessoa verdadeiramente durante um divórcio. O que eu acho é que as pessoas deviam divorciar-se primeiro e casar depois.
Eu- err....
Cusco- As pessoas que estão casadas e são felizes, são uma minoria. A maioria são pessoas mal casadas exactamento porque não se conhecem. Normalmente um é egoista e egocentrico e o outro é generoso e por norma faz tudo para agradar o primeiro. O generosa acaba por ser sempre o único a fazer concessões, por amor para agradar o egoista, e acaba por perder a sua individualidade. E acaba por ficar cada vez mais infeliz. E é o principio do fim do casamento. E só vai descobrir que o companheiro é egoista, na altura do divórcio.
Eu- Ficar sozinho é melhor então?
Cusco- Depende de pessoa para pessoa. Há quem goste de ficar sozinho e se dedique ao que gosta: leitura, cinema, hobbies, jantaradas com amigos eacabam por driblar a solidão. E depois há os outros, os que sentem um "vazio" por estarem sozinhos. Os que suspiram por um amor romântico. Os primeiros realizam-se porque conseguem partilhar a vida com eles próprios, os segundos precisam sempre de alguém para partilhar a vida.
Eu- E viver sozinho não é uma escolha egoista e um tanto ao quanto individualista?
Cusco- Não há nada de mal em se ser individualista. E não se confuda individualidade com egoismo. São conceitos diferentes. O individualista é uma pessoa que se sente bem com ela própria. Que cresceu emocionalmente. Que se reconhece como uma unidade e não como uma unidade desamparada. E é apartir daqui que consegue estabelecer relações afectivas de boa qualidade.
Eu- Que conselhos daria a um jovem que inicia uma relação?
Cusco- É preciso que o jovem entenda que o amor romântico, apesar de aparecer o tempo todo nos filmes, romances e novelas, está com os dias contados. Segundo esse ideal, duas pessoas que se amam devem estar juntas em todos os seus momentos livres, o que é uma afronta à individualidade. É só olhar como vivem as viúvas. Estão todas felizes da vida. Contudo, como muitos jovens ainda sonham com esse amor romântico, casam-se, separam-se e casam-se de novo, várias vezes, até aprender essa lição. Se é que aprendem. Se um jovem já tem a noção de não precisa se casar para ser feliz, ele pulará todas essas etapas que provocam sofrimento.
Eu- E como será o amor no futuro?
Cusco- Os casais que não respeitarem a individualidade um do outro, estão condenados. Isso de certa forma já ocorre naturalmente, basta ver o numero cada vez maior de divórcios. Atualmente, muitos homens e mulheres já consideram que ficarão sozinhos para sempre ou já aceitam a idéia de aguardar até o momento em que encontrarão alguém parecido tanto no caráter quanto nos interesses pessoais. Se isso ocorrer, terão prazer em estar juntos em um número grande de situações. Nesse novo cenário, em que há afinidade e respeito pelas diferenças, a individualidade é preservada. Se uma mulher gosta de teatro e o marido não, ela que vá sozinha ou com as amigas. E não pode haver qualquer problema nisso.
Eu- E o sexo?
Cusco- Sexo é saudável. É o cimento cola numa relação. Um dos grandes problemas ligados à questão sentimental é justamente o de que o desejo sexual nem sempre acompanha a intimidade afetiva, aquela baseada em afinidade e companheirismo. É incrível como de vez em quando amor e sexo combinam, mas isso não ocorre com facilidade. Por outro lado, o sexo com um parceiro desconhecido, ou quase isso, é quase sempre muito pouco interessante. Quando acaba, as pessoas sentem um grande vazio. Não é algo que eu recomendaria. Hoje, as normas de comportamento são ditadas pela indústria pornográfica e se parece com um exercício físico. O sexo então tem mais compromisso com agressividade do que com amor e intimidade..Penso que, com o amadurecimento emocional, as pessoas tenderão a se abster desse tipo de prática.
Eu- E o Cusco, como é que consegue ter sexo com a sua companheira sem se picarem?
Eu- Cusco??Cusco??
Eu- Olha, desapareceu...

Se quiserem saber mais sobre o Cusco, vejam a primeira entrevista aqui.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Quem têm medo do lobo mau?

Numa recente troca de e-mails com uma outra bloguista, fiquei com esta dúvida:
Um homem que demonstre sensibilidade e atenção para com a mulher, será assustador?
E assustador como?

"Mas tal intensidade é um pouco assustadora. Talvez se prenda ao facto da falta de habito. Não estou habituada à homens que falem tão abertamente naquilo que sentem, muito menos ainda que exponham isso mesmo de forma tão clara e simples."

Um homem que assume que gosta da sua mulher e não têm reservas em mostrar o seu afecto. Que adormece abraçado em concha. Põem a mesa e pendura a roupa. Que a faz rir, mas rir bonita. Que a sabe ouvir. Que a olha na menina dos olhos. Que lhe tapa os ombros com o lençol a meio da de uma noite fria. Que se levanta às três da manhã para lhe fazer um chá de limão quando está doente. Que a ajude a enterrar o passado e a desenterrar o futuro. Que seja romântico e goste de a presentear com jantares à luz de velas. Não o que lhe diz «amo-te» vinte vezes por dia, mas o que sente que a quer amar ao longo dos próximos vinte anos. Que a ame rudemente na quarta e que a ame com ternura na sexta. Que a admira por ser uma excelente profissional. Que a elogie constantemente, e que a faça sentir sempre bonita e sexy, porque é assim que ele a vê. Que a adora ver brilhar. Que lhe adivnhe os desejos, mesmo quando ela não sabe o que deseja.
Isto assusta?

Será que temos que nos comportar como uns idiotas perante uma mulher? Será que temos que a ludibriar com jogos pesicológicos tipo toca e foge? Será que temos que demonstrar que somos uns garanhões e temos muitas gajas para vocês, mulheres, sentirem interesse?

Há tempos li uma frase de um terapeuta qualquer que me ficou na memória: "Uma mulher na presença de um homem que não se sinta à altura deste, desaparece sem justificar."
É estranho, mas acho que isso já me aconteceu.

Outra conclusão curiosa a que às vezes chego, é que há mais homens destes, do que vocês mulheres pensam. Mas muitos deles comportam-se como os tais idiotas que referi, porque é assim que eles pensam que vocês gostam...(em muitas conversas de homens, por vezes fico chocado com comentários deste tipo: "dei-lhe uns bons encontrões, mas é assim que ela gosta"...) e depois é triste haver mulheres que desconfiam de um homem sensível, porque só conheceram homens com comportamentos idiotas...

E a mim que sempre me ensinaram, que quem não demostra amor, é porque não o têm...

domingo, 11 de outubro de 2009

Há dias em que tenho vergonha de ser homem em Portugal

Confesso que por vezes tenho vergonha de ser homem em Portugal.
Tenho vergonha quando passo numa banca de jornais e vejo mais uma notícia de um crime que infelizmente começa a ser de uma banalidade chocante. Da violência exercida sobre as mulheres portuguesas que as mata. Que as viola. Que as mal trata. Que lhes tira a dignidade. E a revolta é ainda maior quando leio outras notícias que nos dizem que as mulheres portugueses são das que mais trabalham na Europa: além de serem das que mais trabalham fora de casa.

Em Portugal não é fácil ser mulher. É o assédio dos colegas e do patrão no trabalho. A descriminação nas tarefas e no vencimento. O olhar de lado porque se progrediu na carreira não por mérito próprio, mas sempre porque se deitou com as pessoas certas.

E depois em Portugal temos uma das taxas de natalidade mais baixa da Europa. Porquê?
Porque as mulheres portuguesas têm que adiar a maternidade (outro crime). Porque não têm meios financeiros nem tempo para isso. Porque tem todo o direito de serem livres e não terem que depender financeiramente de um homem.

Não escrevo este post para ser bajulado, ou ter muitos comentários a elogiarem-me. Escrevo este post porque gosto de mulheres e DAS mulheres. Porque quero que acreditem e não desistam. Que ainda é possível uma sociedade igualitária e justa. Que só assim poderemos evoluir para uma sociedade moderna e próspera, como tem os países nórdicos.

Porque apesar de serem assassinadas, mal tratadas, violentadas fisica, psicológica e moralmente, ainda conseguem conservar a doçura e a devoção próprias da mulher latina. Mulheres corajosas que não precisam de perder a sua feminilidade para fazerem frente às descriminações. São mulheres que gostam dos maridos e filhos e que ainda assim, entre empregos exigentes, pilhas de roupa para passar a ferro, ainda têm tempo para amar porque são românticas. Ainda acreditam que a vida pode melhorar, mesmo que o marido não saiba fritar um ovo...

Nunca gostei, nem nunca hei-de ter em casa um pássaro numa gaiola. Um pássaro é bonito a voar. Livre.

E agora vão lá ver as eleiçoes e quantas mulheres são eleitas...


sábado, 10 de outubro de 2009

Se um dia uma mulher me sussurrar assim ao ouvido, eu apaixono-me

Do you still watch me when i sleep?



I fell in love with a bad bad man

Every since i met him

I've been sad sad sad

I'm a jailbird to your music

A criminal in your prayer

I watch you when you sleep

Even when you're not there

Rainbows wept color all over the streets

When you went away maybe one day we'll meet

Lipstick i'd wear for one million years

Just to stop your eyes from falling down to you

I fell in love with a bad bad man

Every since i met him

I've been sad sad sad

I'm a jailbird to your music

A criminal in your prayer

I watch you when you sleep

Even when you're not there

Rainbows wept color all over the streets

When you went away maybe one day we'll meet

One day we'll meet

One day we'll meet

One dayWe'll meet

(há músicas que são como mulheres, ficam na nossa cabeça em modo repeat...)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Beijar Beijar Beijar

Uma pergunta:
Se a melhor fase de uma relação é o ínicio ou seja, o namoro, porque é que os casais deixam de namorar??

Porque já não é novidade?
Então porque é que não se inova?
E como é que se inova?
Fácil. Basta dar largas à imaginação e QUERER! Porque sem querer ou vontade, não se vai a lado nenhum.
Querem?
E há tanta coisa diferente que se pode fazer a dois...

- cozinhar um prato afrodisíaco a dois (e a única peça de roupa permitida é o avental)
- Comprar um brinquedo de vez em quando, tipo, uma peruca ou uma máscara (já nem falo dos outros). Depois é só dar largas à imaginação e interpretar uma qualquer personagem. Até pode ser a agente policial do CSI.
- Fazer um pic-nic no meio da natureza, mas mesmo lá no meio do campo, onde se possa "brincar" à vontade (mas cuidado com a vida selvagem, não vá aparecer um touro ou um carneiro mal disposto).
- Ir a um restaurante "chique", bem vestidos, mas sem roupa interior. Podem depois brincar com os pés por debaixo da mesa, mas só o facto de ir sem roupa interior, é muito excitante.
- Façam um curso juntos. Os de massagens são excelentes, porque depois podem practicar em casa.
- Fazer uma loucura, tipo andar de balão de ar quente. Patinar no gelo. Andar a cavalo. Alugar um quarto num motel para amantes.
- Em vez de sairem do emprego e irem directos para casa, porque não encontrarem-se num bar, e fazerem de contas que não se conhecem? Depois é só um fazer de sedutor e o outro de seduzido.
- Inovem nos preliminares. Há tanta coisa diferente que se pode fazer neste campo, começando por variar o sitio. E depois se faltar imaginação, há uma infinidade de livros que podem dar boas ideias. Há que perder a vergonha!
- Gravem um cd com músicas para fazer amor (para os mais afoitos, Rammstein é muito bom).
- Tomem banho de imersão juntos, com espuma e sais de banho.
- Criem um blog anónimo, onde à vez, descrevam as vossas fantasias sexuais, ou fantasiem uma história onde brinquem com o parceiro. A imaginação é o limite.
- Façam surpresas um ao outro. Deixem dicas em bilhetinhos para ele ou ela, sentirem o gosto da adrenalina a subir, enquanto vão descobrindo as pistas. E porque não a surpresa ser você?
- Façam uma sessão fotográfica sexy. Tirem fotos eróticas um ao outro, nem que seja só pela brincadeira e depois vejam o resultado juntos. É super afrodisíaco.
- E namorem. Namorem. Namorem. Namorem em todo o lado, no carro, na cozinha, na rua, na praia, no banco, na loja, no super mercado, á porta do prédio, no cinema.
- Não subestimem o poder de um beijo. E nunca, mas nunca, deixar de beijar. O beijo é fundamental. Além de ser bom, saboroso, sensual e excitante, o beijo cria laços. O beijo acalma. O beijo apazigua. O beijo pede desculpa. O beijo diz que é uma imensa alegria ver-te. O beijo diz eu amo-te.
- E vistam aquele olhar. Sim, esse mesmo que estão a pensar. Aquele que transforma qualquer mulher. Aquele que usaram na primeira vez que olharam com desejo para a pessoa que têm agora à vossa frente.

Se um dia eu encontrar a minha princesa, eu nunca vou deixar de a namorar. E se um dia ela for embora, que seja por excesso de namoro :)

Não percam tempo com parvoíces e sejam felizes
(ou são daqueles adultos cinzentos que se encontram nas repartições de finanças?)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009


Quinta feira, lá estarei!
E sabem porque é que é um monólogo?

(resposta nos comentários)
Apareçam!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O mundo está louco e acelarado. Almoçamos rápido e
gostamos todos do mesmo...
digerimos lento. As pessoas
E todos gostamos de dizer que não...
grandes e o caracter pequeno. A gravata cara a relação vazia.
Gostamos de dizer que não gostamos das coisas fáceis...
Dois empregos, vários divórcios. Fraldas descartáveis e pilulas
Gostamos de dizer que não gostamos da mentira...
mágicas. Fazemos coisas maiores, mas pouco melhores.
Gostamos de dizer que não gostamos de quem não gosta de nós...
Escrevemos mais e aprendemos menos. Planeamos muito,
Gostamos de dizer que não gostamos...não gostamos...
realizamos pouco. Viajamos rápido amamos pouco.
No fundo gostamos do quem nos vende sonhos...
Apressamos muito, esperamos pouco. Multiplicamos bens,
Coisas fáceis que não são...
reduzimos valores. Adicionamos anos à vida e menos vida aos
Mentiras que soam a verdade...
anos. Falamos muito, comunicamos pouco. Poupamos
verdades que soam a mentiras...
abraços,
Quem não gosta de nós mas parece que gosta...
esbanjamos ódios. Navegamos na net e fomos à lua. Ganhámos
No fundo gostamos todos do mesmo...
tempo e perdemo-nos de nós próprios...
E todos gostamos de dizer que não...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Não gosto de touradas.
E pergunto-me se se é de haver tantos touros por ai, que há tantas mulheres toureiras...

- És uma toureia.
- Sou o quê??
- Uma toureira. Deixas o touro andar à tua volta. Piscas-lhe o olho, e quando ele vem na tua direcção, fazes assim: OLÉ!!!!!!
- Parvo

A honestidade é incompativel com o capitalismo, ou como o meu amigo bancário perdeu o emprego

Num balcão de uma qualquer dependência bancária:

- Bom dia. Queria fazer um empréstimo.
- Bom dia. E é para que fim o emtréstimo?
- Para conquistar uma bela mulher.
- Hummm.. com o seu aspecto vai precisar de pelo menos um automóvel topo de gama, uma casa com piscina e dinheiro para férias no estrangeiro..
- Acha??
- Em quantos anos pensar pagar?
- Bom... não tinha pensado nisso.. talvez uns trinta anos...
- Trinta anos?!! O seu casamento não vai durar isso. Já viu? Pagar a vida toda algo que já não se tem?
- Bem...
- Caro amigo, o mais que lhe aconselho são sete anos, acima disso é um risco incomportável.
- Er...
- Posso dizer-lhe que os casamentos que duram muito, duram precisamente por causa dos empréstimos. As pessoas não largam porque ainda estão a pagar...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A ressaca da felicidade

Sei que fui feliz quando estou triste, ou melancólico. A verdadeira tristeza é um estado de alma só possível de atingir a quem sorveu a vida com tal intensidade que se vê forçado depois a prestar contas por tamanho excesso. A tristeza não é senão a ressaca da felicidade. E ao pensar nisto dou por mim a sorrir no meio da sala escura

Com tantos tipos de homens diferentes, tinha logo que cair nos que amam demais...

domingo, 4 de outubro de 2009

Por que fazem sexo as mulheres?


E eis a prova cabal de que as mulheres são efectivamente muito mais complexas, complicadas e calculistas do que os homens. O livro de Cindy Meston e David Buss: "Why Women Have Sex?" baseado num estudo que durou cinco anos e no qual participaram mais de mil mulheres, prova-o!

É curioso.. se perguntarem o mesmo na vertente masculina, que é o mesmo que perguntar porque é que um cão gosta de um osso, ou um hooligan de uma pint, a resposta é tão óbvia mas tão óbvia que nunca ninguém se lembrou de a por, quanto mais fazer um estudo. E à qual eu respondo para os que andam mais distraidos, com o mais forte e incontornável instinto animal (sim, antes de racionais, somos animais), porque amamos a mulher com quem partilhamos a vida e porque é saudável e dá prazer. Agora na versão feminina, pasme-se! Além de dar um estudo, chega-se à conclusão que as mulheres têm 237 razões(!!!)para fazerem sexo!

E mais íncrivel que o próprio estudo em si, são algumas das 237 razões. Ora sentem-se: Por estarem aborrecidas, para fazer com que ele vá por o lixo lá fora, para evitar a infidelidade, por vingança, aumento da autoconfiança, expectativa de receber presentes, e (eu acho esta o máximo) para curar uma dor de cabeça!!

Mas acalmem-se as fiministas, no primeiro lugar vem a atracção física, seguida do desejo de ter prazer. E se a maioria são razões "egoístas" o sexo para procriação aparece num modesto 55º lugar (compreendem agora porque é que a Dra Manuela Ferreira Leite perdeu as eleições?). Mas talvez a mais surpreendente de todas as razões seja a de fazerem sexo para estarem mais próximas de DEus... o que se pensarmos bem, nem é tão surpreendente assim, já que no acto é frequente ouvir: "ai jesussssssss!", " ou meu Deussssssss" , "Ohhhhh!!Mãem do céu...." e quem é que não conhece um padre que tenha um afilhado?

Posto isto chateia-me pensar que afinal a motivação dela me brindar com um serão "divertido" não seria pelo meu afecto-intelecto-sentido-humor-abdominais-charme-amor, mas apenas com o intuito de se ver livre de um misero saco preto com os restos do jantar...
...
...
E não se admirem se daqui a uns anos aparecerem uns homens semi nus na montra de uma qualquer farmácia com um neon em cima. "Acabe com a dor de cabeça já! "

sábado, 3 de outubro de 2009

nunca digam isto:
- é que esqueci-me de activar os meus poderes especiais de atravessar paredes...

especialmente depois de confundirem a entrada da bomba de gasolina, com uma porta de vidro...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Deve haver poucas coisas piores...

acabar de almoçar um delicioso frango de churrasco bem condimentado e na hora de lavar a boca e as mãos não correr uma pinga de água nas torneiras...

e pior que isto, é ter de ir trabalhar daqui a minutos...



Como eu tenho saudades dos antigos autoclismos...
ela: acho que nunca amei verdadeiramente.
ele: a sério? Nunca?
ela: a sério a sério, não. Nunca.
ele: eu acho que nunca amaste verdadeiramente porque tens medo do amor. Da entrega. Tens?
ela: e não temos todos?
ele: temos. Eu também era assim como tu. Com muito medo do amor. Até que um dia deixei a porta entre aberta e ele entrou sem bater.
ela: tiveste medo?
ele: foi assustador. Foi maior que nós.
ela: é um desses que eu quero! Que marque a minha vida. Que morra e renasça uma e outra vez. Que deixe marcas e cicatrizes. Um daqueles como tu dizes, maior que nós. Um daqueles que não nunca consiga esquecer.
ele: mas tem cuidado.
ela: cuidado? Porque?
ele: porque o amor não é perfeito, só existe nas pessoas que amam verdadeiramente...

Contas à vida

Já fugi do passado, que me fazia agoniar no presente refugiando-me no futuro. Hoje, mesmo estando sozinho, sou muito mais feliz do que fui ontem, e espero ser menos feliz do que serei amanhã.

Faço de mim uma calculadora. Mas não adiciono nem subtraio números. Troco-os por momentos. Por todos os que vivi até hoje. Sozinho e acompanhado. Por todos os que as pessoas que já passaram pela minha vida me deram. Umas mais do que outras, mas todas deram. Fazendo de mim, a pessoa que sou hoje. E subtraio os maus, mas sem os esquecer. Ficam na memória da máquina, mas não os uso na equação. Porque o essêncial fica em nós. E o essêncial é bom e é só desse que precisamos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

E...

E quero tirar-te fotografias, a dormires e a sorrir e dizer-te que estás bonita, porque estás mesmo bonita e ler-te capitulos do principezinho quando não tens sono e contar-te uma história que te faça rir bonita e ver-te vestida só com uma camisa minha e sussurrar-te ao ouvido o que tu desejas mas que nem a ti revelas e dizer-te palavras rudes mas com ternura e palavras ternurentas com violência e olhar-te nos olhos, bem na menina dos olhos e segurar-te na mão e que descanses num colo meu e surpreender-te com um beijo nas costas e apanha-lo cá em baixo na tua mão e brincar contigo às escondidas e despir-te como um embrulho, como se todos os dias fosse natal e desenhar em ti sorrisos e dúvidas que se desfazem com beijos apaixonados e querer-te quando te cheiro e ofender-te quando te toco e querer-te de manhã, mas deixar-te dormir e que sejas a minha pornografia em noites de loucura e seduzir-te e ser seduzido sempre que os nossos olho se encontram e criar rotinas para as poder quebrar e dormir contigo agarradinho a ti como duas colheres de sopa e que sejas a minha música em modo repeat e fingir-me zangado com o teu mau feitio só para poder aplacar a ira com o meu corpo e tocar-te na pele e fazer-te saber o quanto gosto do teu cabelo, dos teus lábios, dos teus ombros, das tuas costas, do teu peito do teu rabo, de ti e inventar um beijo só nosso e fazer-te esquecer que existe um mundo lá fora e sentir em ti o cheiro do mar e todas as cores e mais aquelas que inventámos e preocupar-me quando estás atrasada e ficar alegre quando chegas a casa e pedir-te desculpa quando erro e ficar feliz quando me desculpas e olhar para as tuas fotografia e desejar ter-te conhecido desde sempre e dizer-te que és lindíssima e abraçar-te quando estás ansiosa e amparar-te quando estás magoada e não compreender por que é que pensas que eu te estou a deixar quando eu não te estou a deixar e pensar como é que tu podes achar que eu alguma vez te podia deixar e pensar em quem tu és mas aceitar-te na mesma e contar-te sobre o rapaz da floresta encantada de árvores com todos os frutos de que tu gostas e escrever-te poemas e ter um sentimento tão profundo que para ele não existem palavras e querer-te comprar um gatinho, do qual teria ciúmes porque teria a tua atenção e atrasar-te na cama quando tens que ir e contar-te o pior que há em mim e tentar dar-te o meu melhor porque não mereces menos e responder às tuas perguntas quando não o devia fazer e dizer-te a verdade quando na verdade não o quero e tentar ser honesto porque sei que preferes assim e pensar que acabou tudo mas ficar agarrado a ti apenas mais dez minutos antes de me atirares para fora da tua vida e esquecer-me de quem sou e tentar chegar mais perto de ti porque é maravilhoso aprender a conhecer-te e fazer amor contigo às três da manhã e de alguma maneira de alguma maneira de alguma maneira transmitir algum do esmagador, imortal, irresistível, incondicional, abrangente, preenchedor, desafiante, contínuo e infindável amor que tenho por ti