terça-feira, 13 de outubro de 2009

Exclusivo! Nova entrevista com o Cusco!


Para quem não conhece, o Cusco é um buda com 200 anos que reencarnou num ouriço caxeiro.
É raro aparecer, por isso estas entrevistas são uma sorte, pois poderemos aprender sempre um pouco mais da vida com a sabedoria deste grande mestre.

Eu- Grande Cusco, na nossa sociedade moderna cada vez temos mais divórcios e menos casamentos. O que vai mal no casamento?
Cusco- Ora, é muito simples. As pessoas antes de se casarem, deviam-se conhecer primeiro. E só se conhece uma pessoa verdadeiramente durante um divórcio. O que eu acho é que as pessoas deviam divorciar-se primeiro e casar depois.
Eu- err....
Cusco- As pessoas que estão casadas e são felizes, são uma minoria. A maioria são pessoas mal casadas exactamento porque não se conhecem. Normalmente um é egoista e egocentrico e o outro é generoso e por norma faz tudo para agradar o primeiro. O generosa acaba por ser sempre o único a fazer concessões, por amor para agradar o egoista, e acaba por perder a sua individualidade. E acaba por ficar cada vez mais infeliz. E é o principio do fim do casamento. E só vai descobrir que o companheiro é egoista, na altura do divórcio.
Eu- Ficar sozinho é melhor então?
Cusco- Depende de pessoa para pessoa. Há quem goste de ficar sozinho e se dedique ao que gosta: leitura, cinema, hobbies, jantaradas com amigos eacabam por driblar a solidão. E depois há os outros, os que sentem um "vazio" por estarem sozinhos. Os que suspiram por um amor romântico. Os primeiros realizam-se porque conseguem partilhar a vida com eles próprios, os segundos precisam sempre de alguém para partilhar a vida.
Eu- E viver sozinho não é uma escolha egoista e um tanto ao quanto individualista?
Cusco- Não há nada de mal em se ser individualista. E não se confuda individualidade com egoismo. São conceitos diferentes. O individualista é uma pessoa que se sente bem com ela própria. Que cresceu emocionalmente. Que se reconhece como uma unidade e não como uma unidade desamparada. E é apartir daqui que consegue estabelecer relações afectivas de boa qualidade.
Eu- Que conselhos daria a um jovem que inicia uma relação?
Cusco- É preciso que o jovem entenda que o amor romântico, apesar de aparecer o tempo todo nos filmes, romances e novelas, está com os dias contados. Segundo esse ideal, duas pessoas que se amam devem estar juntas em todos os seus momentos livres, o que é uma afronta à individualidade. É só olhar como vivem as viúvas. Estão todas felizes da vida. Contudo, como muitos jovens ainda sonham com esse amor romântico, casam-se, separam-se e casam-se de novo, várias vezes, até aprender essa lição. Se é que aprendem. Se um jovem já tem a noção de não precisa se casar para ser feliz, ele pulará todas essas etapas que provocam sofrimento.
Eu- E como será o amor no futuro?
Cusco- Os casais que não respeitarem a individualidade um do outro, estão condenados. Isso de certa forma já ocorre naturalmente, basta ver o numero cada vez maior de divórcios. Atualmente, muitos homens e mulheres já consideram que ficarão sozinhos para sempre ou já aceitam a idéia de aguardar até o momento em que encontrarão alguém parecido tanto no caráter quanto nos interesses pessoais. Se isso ocorrer, terão prazer em estar juntos em um número grande de situações. Nesse novo cenário, em que há afinidade e respeito pelas diferenças, a individualidade é preservada. Se uma mulher gosta de teatro e o marido não, ela que vá sozinha ou com as amigas. E não pode haver qualquer problema nisso.
Eu- E o sexo?
Cusco- Sexo é saudável. É o cimento cola numa relação. Um dos grandes problemas ligados à questão sentimental é justamente o de que o desejo sexual nem sempre acompanha a intimidade afetiva, aquela baseada em afinidade e companheirismo. É incrível como de vez em quando amor e sexo combinam, mas isso não ocorre com facilidade. Por outro lado, o sexo com um parceiro desconhecido, ou quase isso, é quase sempre muito pouco interessante. Quando acaba, as pessoas sentem um grande vazio. Não é algo que eu recomendaria. Hoje, as normas de comportamento são ditadas pela indústria pornográfica e se parece com um exercício físico. O sexo então tem mais compromisso com agressividade do que com amor e intimidade..Penso que, com o amadurecimento emocional, as pessoas tenderão a se abster desse tipo de prática.
Eu- E o Cusco, como é que consegue ter sexo com a sua companheira sem se picarem?
Eu- Cusco??Cusco??
Eu- Olha, desapareceu...

Se quiserem saber mais sobre o Cusco, vejam a primeira entrevista aqui.

3 comentários:

S* disse...

Esse Cusco tem toda a razão. Infelizmente o Amor verdadeiro, puro e desinteressado, parece ter os dias contados. Infelizmente.

E a questão mais interessante ficou por responder. ahahah

Rakel disse...

Olha, kem me dera ter conhecido essa alma iluminada e os seus conhecimentos mais cedo.
Talvez assim não tivesse me iludido, com aparências, nem com palavras.
Sem falta vou acender um incenso em honra de tão digno profeta.

100 remos disse...

Sempre associei ouriços a sabedoria! Acho que certos desenhos animados que vi em criança contribuiram muito para essa ideia. Depois de ler esta entrevista, a pequena adulta que há em mim não tem quaisquer dúvidas: o senhor ouriço sabe do que fala, apesar de saber manter as distâncias!Será que a sua "armadura" o consegue proteger totalmente? É que "ser inconsciente e ter consciência disso" já foi sonhado por alguém...